As baixas coberturas vacinais registradas na Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe acenderam um alerta e o Ministério da Saúde vai prorrogar a vacinação até o dia 22 de junho. A preocupação da Pasta é com a proximidade do inverno, período de maior circulação dos vírus da gripe. Também é preocupante o número de casos e mortes registrados no Brasil, que já dobraram na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o último levantamento, 11,8 milhões de pessoas ainda precisam se vacinar contra a gripe. Desde o início da campanha, em 23 de abril, 77,6% da população prioritária buscaram os postos de saúde. A meta é vacinar contra a gripe 54,4 milhões de pessoas.
A partir do dia 25 de junho, caso haja disponibilidade de vacinas nos estados e municípios, a vacinação poderá ser ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos. O Ministério da Saúde reforça a importância dos estados e municípios continuarem a vacinar os grupos prioritários, em especial, crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, público com maior risco de complicações para a doença. Para os estados que já atingiram a meta de 90%, essa estratégia já pode ser adotada.
Assista ao anúncio da prorrogação da campanha de vacinação
Até esta terça-feira (12), 42,6 milhões de pessoas em todo país foram vacinadas. O público prioritário é o seguinte: idosos a partir de 60 anos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto) e pessoas privadas de liberdade – o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas.
As crianças de seis meses a cinco anos de idade e as gestantes, um dos grupos prioritários mais vulneráveis à gripe, registram o menor índice de vacinação contra a gripe, com cobertura de apenas 61,5% e 66%, respectivamente. Já o público com maior cobertura da vacina contra a gripe, é de puérperas, com 91%, seguido pelos professores (90,9%), idosos (85,8%) e indígenas (86,1%). Entre os trabalhadores de saúde, a cobertura de vacinação está em 83,4%.
A escolha dos grupos prioritários para a vacinação contra a gripe segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
A região sudeste é a que tem menor cobertura vacinal contra a gripe até o momento, com 70,9%. Em seguida estão as regiões norte (72%), sul (81,3%), nordeste (84%) e centro-oeste com a melhor cobertura, de 91,4%. Entre os estados, apenas Goias e Tocantins possuem cobertura vacinal contra a gripe acima de 90%, com 103,6% e 98,7%, respectivamente. Os estados com as taxas mais baixas de vacinação contra a gripe são Roraima, com 53,6% e Rio de Janeiro, com 57,3%.
O último boletim de influenza do Ministério da Saúde aponta que, até 9 de junho, foram registrados 2.715 casos em todo o país, com 446 óbitos. Do total, 1.619 casos e 284 óbitos foram por H1N1. Em relação ao vírus H3N2, foram registrados 563 casos e 87 óbitos. Além disso, foram 259 registros de influenza B, com 30 óbitos e os outros 274 de influenza A não subtipado, com 45 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 1.227 casos e 204 óbitos por complicações relacionadas à gripe.
Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a mediana da idade foi de 52 anos. A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,18% para cada 100.000 habitantes. Dos 374 indivíduos que foram a óbito por influenza, 267 (71,4%) apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação, com destaque para adultos maiores de 60 anos: cardiopatas, diabetes mellitus e pneumopatas. Esse público é considerado de risco para a doença, por isso a vacina contra a gripe é garantida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
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