O câncer de próstata é a segunda causa de morte por câncer na população masculina, atrás apenas do de pulmão. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são registrados cerca de 61,2 mil novos casos da patologia por ano no Brasil. Ainda segundo o Inca, aproximadamente 25% dos pacientes morrem devido à doença.
Para conscientizar a sociedade sobre os riscos dessa anomalia, é realizada a campanha Novembro Azul. Esse movimento mundial acontece durante todo o mês e tem como objetivo incentivar os homens a manter as consultas de rotina com um urologista.
“O importante é que por meio da informação possamos conscientizar os homens sobre os cuidados com a saúde, a relevância do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento, bem como sobre a mudança de hábitos”, destaca o diretor da Oncomed-BH, Roberto Porto Fonseca.
Segundo ele, a maioria dos casos desse tipo de patologia ocorre a partir dos 65 anos de idade. No entanto, o rastreamento do tumor em homens saudáveis não é um consenso entre as instituições. “Há controvérsias entre as várias agências de saúde e sociedades médicas sobre qual parcela da população masculina deveria se submeter ao rastreamento. A US Preventive Service Task Force (USPSTF) recomenda que indivíduos com idade entre 55 e 69 anos discutam com seu médico sobre os riscos e benefícios do teste de PSA, antes da sua realização. O Inca e o National Health Service (NHS) são contrários ao rastreamento. Já a American Cancer Society (ACS), a American Urological Association (AUA), a European Association of Urology (EAU), o National Cancer Institute (NCI), o American College of Physician (ACP), a American Academy of Family Physician (AAFP) e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) são favoráveis ao rastreamento, com recomendações relativamente semelhantes”, ressalta o oncologista.
A SBU recomenda que o exame de toque retal associado ao exame de sangue (PSA) seja realizado a partir dos 50 anos, e para pacientes de alto risco (histórico familiar, afrodescendentes e mutações reconhecidamente de risco), a partir dos 45 anos de idade.
Ainda de acordo com Fonseca, é inegável que os pacientes de alto risco se beneficiam do rastreamento e que esse procedimento não deve ser realizado após os 75 anos. “É importante destacar que os riscos e os benefícios devem ser discutidos individualmente entre o médico e o paciente, considerando também que muitas pessoas diagnosticadas com a doença não necessitam de tratamento imediato”. O rastreamento não deve ser oferecido para homens com expectativa de vida inferior a dez anos.
Constrangimento. Levantamento realizado pelo Centro de Referência da Saúde do Homem revelou que 60% dos pacientes do sexo masculino só procuram tratamento quando a doença está em estágio avençado. A razão para o diagnóstico tardio está relacionada ao preconceito e à vergonha dos enfermos.
“O câncer de próstata pode se apresentar com características histológicas mais agressivas, conferindo uma evolução clínica mais rápida e desfavorável. A demora em procurar assistência médica terá como consequência uma piora no prognóstico. Portanto, quanto mais precocemente for detectada a doença, maior será a chance de o paciente ser curado”, alerta Fonseca.
Prevenção. Realizar atividades físicas regulares e uma dieta balanceada são as melhores maneiras para se combater essa e várias outras doenças. “Comprovadamente, a melhor forma de se prevenir o câncer, em geral, inclusive o de próstata, está relacionada a hábitos de vida saudável, como manter uma prática esportiva diária, ter uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais. É importante também manter o peso adequado à altura, evitando, assim, a obesidade, além de diminuir o consumo de álcool e evitar o tabagismo”, alerta o diretor da Ocomed-BH.
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