A explosão dos casos de dengue, chikungunya e zika obrigou o poder público a declarar guerra ao mosquito Aedes aegypti. Dentre os contra-ataques está a recomendação do Estado aos municípios para ampliar o atendimento aos doentes. A medida, no entanto, não tem sido cumprida à risca.
Das dez cidades que por mais vezes integraram o ranking semanal do boletim estadual, seis não aumentaram a rede de assistência. As ações incluem estender o horário de funcionamento dos postos de saúde e abrir as portas aos fins de semana e feriados.
Outros espaços, como centros de hidratação, também integram o reforço, feito apenas por Belo Horizonte e Contagem, na Grande BH, Coronel Fabriciano, no Leste de Minas, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Dentre os que não cumpriram a recomendação está Betim, na região metropolitana. Recentemente, a localidade decretou situação de calamidade financeira. Lá, a necessidade de instalação de um posto de hidratação ou de uma unidade exclusiva aos pacientes com dengue está em análise.
Uberaba, no Triângulo Mineiro, também está na lista. Segundo a prefeitura, o reforço não foi necessário, pois oito postos de saúde já prestam serviço com horários estendidos. As unidades ficam em bairros mais populosos e “têm condições de prestar o mesmo atendimento”.
Em Ipatinga, no Vale do Aço, duas unidades de hidratação foram disponibilizadas. Porém, o trabalho foi “encerrado devido à queda na demanda”, disse a administração pública. Conforme a prefeitura, as 21 unidades básicas garantem atendimento à população.
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“Não basta só abrir as portas. É preciso infraestrutura. Os laboratórios têm que estar funcionando para fazer os testes. Também é necessário locais para a hidratação e leitos nos casos de internação”, acrescenta.
Para que a ampliação da rede funcione, ele lembra que os municípios precisam de dinheiro. “Essa não é uma doença cara, mas o número de casos é muito elevado, o que aumenta o gasto”. A reportagem não conseguiu contato com as prefeituras de Timóteo (Vale do Aço), Ubá (Zona da Mata) e Ibirité (Grande BH).
Segundo ele, o Estado segue com várias ações e acompanhamento junto às regionais de saúde. Reuniões semanais, mobilizações específicas conforme o número de notificações, apoio técnico e logístico e medicamentos estão dentre as medidas. Até o momento, foram liberados R$ 60 milhões. Avendanho garante que praticamente todos os municípios já receberam os valores definidos.
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