Na noite desta terça-feira ( 29/11), a doutora em Endocrinologia e chefe desse serviço na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, Maria Regina Calsolari, ministrou palestra no auditório do CRF/MG sobre a neuropatia dos pés diabéticos.
A palestra sobre o Pé Diabético foi aberta para farmacêuticos e interessados no tema.
A médica, que também é professora permanente do Instituto de Educação da Santa Casa e coordenadora do Ambulatório de Prevenção do Pé Diabético daquela unidade de saúde, ressaltou a importância do farmacêutico na prevenção da neuropatia dos pés. Ela explica que o pé diabético é um pé com lesão, ulcerado. O atendimento no ambulatório da Santa Casa é preventivo, para impedir o aparecimento das lesões, pois é possível estacionar esse sintoma e evitar a amputação do membro.
De acordo com a especialista, como boa parte da população recorre primeiro ao farmacêutico, ao constatar queixas de insensibilidade, queimação ou formigamento nos pés, ele deve orientar o paciente a procurar um médico para certificar-se do diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
"O bom controle é tudo - incluindo o glicêmico, da hipertensão arterial, obesidade, colesterol e triglicérides - e pode evitar a amputação dos membros. O farmacêutico tem importante papel nesse processo, pois a farmácia acaba sendo uma unidade básica de saúde para a população, que tem o farmacêutico como o orientador", ressalta a médica.
A complicação mais frequente e também a mais esquecida decorrente da diabetes é a neuropatia dos pés, também chamada de neuropatia diabética, ocasionada pelo mau controle glicêmico. Outra complicação ocorre nos olhos, a retinopatia diabética, e a doença dos rins, que é a nefropatia diabética, levando à hemodiálise.
Prognóstico
A endocrinologista esclarece que a diabetes é um mal que acomete a 442 milhões de pessoas no mundo, sendo no Brasil cerca de 14 milhões. Em termos de incidência, o Brasil perde somente para a China,Índia e Estados Unidos, ocupando o quarto lugar no ranking mundial.
E o prognóstico não é dos melhores para os próximos anos. Segundo doutora
Regina, em 2040 serão 680 milhões de diabéticos no mundo.
Conforme a médica, metade dos brasileiros com diabete não sabe que é portador da doença, pois não há sintomas. Ela esclarece que a diabetes tipo 1 é mais comum nas pessoas acima dos 40 anos e está muito associada à obesidade, que provoca a resistência à insulina. A tipo 2 acomete a 90% dos portares de diabetes, porém, quando se manifesta os sintomas são mais agudos.
Fisioterapia
A fisioterapeuta graduada, mestre em Educação em Diabetes pelo Instituto de Educação Permanente da Santa Casa de Belo Horizonte, Izabel Maira Sena, também esclareceu os participantes sobre a importância do uso de sapatos adequados. Segundo ela, os portadores da doença devem evitar calçados que provoquem bolhas, calos e úlceras, o que pode agravar o quadro do paciente.
Doações
Como é praxe, em todos os cursos o CRF/MG solicita do participante uma doação para ser repassada a instituições filantrópicas. Nesta quarta-feira, os inscritos trouxeram alimentos, seringas descartáveis para aplicação de insulina e uma empresa doou cinco glicosímetros. Quatro aparelhos serão doados ao Ambulatório de Prevenção do Pé Diabético, da Santa Casa de Misericórdia de BH. Os alimentos serão repassados ao Instituto Mário Penna.
Um aparelho foi doado durante a palestra para o senhor Raulindo Brier Leite, 59 anos, diabético insulino dependente, tipo 1, há 20 anos, o único paciente presente ao evento.
Além de agradecer o brinde, ele disse que teve oportunidade de esclarecer várias dúvidas acerca do assunto. "Hoje tive a oportunidade de participar desta excelente palestra, proferida por profissionais com alto conhecimento que me trouxeram valiosas informações. Minhas expectativas foram atendidas, pelo que, agradeço a todos", relatou Raulindo.
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