A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o zika está “aqui para ficar” e mais de mil novos casos de microcefalia ligados ao vírus deverão ser identificados no Brasil. Quatro dias depois de anunciar o fim da emergência global, a entidade reuniu ontem governos de todo o mundo para explicar a decisão de transformar a resposta em programa de longo prazo e garantir que a atenção sobre a nova doença será “reforçada”.
A organização alertou que a real dimensão do impacto do vírus da zika pode ser ainda maior, com a descoberta de novas sequelas nos bebês. Todos na agência da ONU admitem: algumas das perguntas sobre o vírus poderão levar “anos” para serem respondidas.
Anthony Costello, diretor de Saúde Infantil da OMS, explicou que hoje existem 2,1 mil casos confirmados de microcefalia no Brasil. Mas outros 3 mil incidentes estão em análise.
“Desse total, poderemos esperar um número extra de mil casos confirmados. A emergência mundial pode ter acabado. Mas temos um enorme problema de saúde pública. Trata-se de um vírus que causa um impacto de longo prazo e o problema não vai desaparecer”, alertou.
A OMS também destaca que 80% dos casos de infecção pelo vírus da zika não provocam sintomas nas mulheres, o que pode elevar o número de casos de microcefalia. Costello confirmou que novos estudos alertam que quanto mais cedo a contaminação de uma gestante pelo zika maior será a chance de seu bebê desenvolver problemas.
“Se a contaminação for no primeiro trimestre, os riscos neurológicos são maiores”, disse Pete Salama, diretor da OMS. “Muitos nascem com cabeças normais, mas estamos descobrindo que os problemas podem ser maiores.”
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