Representando o CRF/MG na mesa solene, a vice-presidente Márcia Alfenas, defendeu veementemente o posicionamento do Conselho, que é contrário à graduação em Farmácia dessa forma.
Segundo destacou a vice-presidente, a formação em saúde exige, com ainda mais compromisso ético que em outras áreas, que o estudante tenha o domínio prático de suas atividades. “Na Farmácia, por exemplo, das 4 mil horas exigidas para o curso, 1.600 devem ser dedicadas à prática. Por isso, os estudantes têm o direito de contar, além das aulas expositivas, com aulas em laboratórios de anatomia, de química, de controle de qualidade e fabricação de medicamentos, de análises bioquímicas laboratoriais e muitos outros extremamente importantes para o futuro profissional”, ressaltou.
Qualidade da formação
A vice-presidente lembrou que dados de 2020 apontam que o Brasil conta com 796 Instituições de Ensino Superior com cursos de Farmácia e, destas, 41 ofertam a modalidade EaD em 2.655 polos. “São 205.393 vagas abertas para o EaD em Farmácia, número próximo ao total de profissionais atuantes no país. Somando os cursos da saúde são mais de 2 milhões de vagas disponíveis”, enfatizou Márcia Alfenas.
“Nós, farmacêuticos, conhecemos a importância da qualidade da formação para o exercício seguro da profissão nos seus diversos campos de prática. Temos, assim, o compromisso moral e social de zelarmos pela profissão e pelo cuidado com a sociedade.
O exercício das profissões de saúde requer, além do saber teórico, o saber prático. Exige-se o saber conhecer, saber ser e saber fazer!”, finalizou a vice-presidente.
Desde 2020, o CRF/MG vem discutindo o tema e participando ativamente de mobilizações e se posicionando contrário a essa modalidade de ensino para o curso de Farmácia, que requer no mínimo 40% de aulas práticas. Naquele ano, o Conselho reuniu em um Fórum, professores e coordenadores de cursos de Farmácia para debater essa ameaça à formação dos novos profissionais.
A audiência para debater o tema foi proposta pela Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social, Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia e contou com a presença e representantes dos vários Conselhos de Classe das áreas de Saúde, entre eles, Odontologia, Medicina, Psicologia, Fisioterapia e Ocupacional, Nutrição e o Conselho Estadual de Educação
Representantes de conselhos profissionais da saúde foram unânimes ao se posicionarem contra a oferta de cursos de graduação na modalidade de ensino a distância (EaD) no setor.
Propaganda enganosa
O Conselheiro Federal do CRF/MG, professor Gerson Pianetti, participou da audiência juntamente com os farmacêuticos do CRF/MG, Aparecida Ferreira, Danyella Domingues, Débora Lacorte, Erika Nolli, Jean Jadir e Samuel Góes. As
A gerente Técnica Científica do CRF/MG, Danyella Domingues, também manifestou posicionamento contrário ao ensino EaD em cursos de graduação em Saúde.
Em sua fala, ela destacou que a luta contra o EaD na graduação de Farmácia é uma pauta antiga do CFF e CRF/MG e que providências precisam ser tomadas para que o Governo Federal reveja sua política educacional que permite a disseminação dos cursos EaD no país. Ela também ressaltou a necessidade de atitudes efetivas para a fiscalização dos polos EaD e das propagandas enganosas dos cursos chamados “Flex” ou semi-presenciais.
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