Doutora em Medicamentos e Assistência Farmacêutica pela UFMG, a farmacêutica professora Maria Ângela Ribeiro implantou e sistematizou o serviço de Gerenciamento da Terapia Medicamentos (GTM) oferecido a pacientes com câncer de mama no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, onde também é tutora e preceptora de farmacêuticos residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde.
Especializou-se no doutorado com a PhD Djenane Ramalho de Oliveira, e é praticante da implementação do GTM em todos os cenários de prática clínica.
O atendimento às pacientes em Uberlândia iniciou em 2010, mas somente teve resolutividade com a sistematização do atendimento, o GTM, e, desde então, mais de mil mulheres já foram beneficiadas com o serviço.
O GTM é o serviço que traduz a teoria, filosofia e metodologia da Atenção Farmacêutica ou Pharmaceutical Care, na prática. O diferencial é o acompanhamento clínico semelhante a todas outras profissões e, por isso, é compreendido pelos médicos e enfermeiros, ressalta Maria Ângela.Segundo ela, é preciso ter um método sistematizado de raciocínio clínico. No GTM, é utilizado o Pharmacotherapy workup (PW), por meio do qual o profissional questiona se o medicamento está indicado, efetivo, seguro e se o paciente deve ou pode aderir ao tratamento. A partir daí o farmacêutico identifica os Problemas Relacionados ao uso com Medicamentos (PRM) e trabalha para prevenir ou resolver os problemas encontrados. “As reações adversas, no tratamento oncológico são motivos para a suspensão do tratamento e também de baixa adesão do paciente”, explica a professora.
Além disso, ela comenta que, na oncologia, o profissional trabalha com variáveis que colocam em destaque o serviço de GTM. Por exemplo, o paciente não é visto somente como portador de câncer de mama, mas de forma integral, com todas as outras comorbidades, desejos, medos e experiências com medicamentos que possam influenciar na efetividade do tratamento. “O paciente é o ator principal do atendimento, porque trabalhamos centrado nele e, por isso, as decisões são compartilhadas com ele”, enfatiza Maria Ângela.
Ela acrescenta que as pacientes com câncer de mama têm várias fases de tratamento. “Normalmente, iniciam no GTM durante a quimioterapia. De acordo com o perfil do estadiamento da paciente, ela continuará no serviço durante todo o tratamento da hormonioterapia, com duração de 5 a 10 anos”, esclarece a professora.
A farmacêutica informa que mantém em torno de 200 pacientes em seguimento e esse número varia em função do estadiamento que apresentam. E explica que pacientes com o estadiamento classificado em receptores de estrógenos e progesterona positivo ficam mais tempo no serviço, por que envolve a fase de hormonioterapia. Além do cuidado farmacêutico para as pacientes em tratamento com câncer de mama, o GTM é também um serviço formador de residentes no programa de Atenção em Oncologia da Residência Multiprofissional. Em sua equipe, a professora Maria Ângela é tutora e preceptora dos farmacêuticos Izabela Cristina Brandão Moreira e Mário Nunes Filho.
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